15/07/2016

Resenha: Os treze porquês, de Jay Asher | Bea Oliveira.

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"Vimos certa vez, um documentário sobre enxaquecas. Um dos entrevistados tinha o hábito de cair de joelhos e bater com a cabeça no chão, sem parar, durante os ataques. Isso desviava a atenção da dor que ele sentia no fundo do seu cérebro, onde não conseguia alcançar, para a dor do lado de fora, sobre a qual tinha controle. De certa maneira, era isso que eu esperava fazer." 

  A história é contada do ponto de vista de Clay Jensen, um garoto que tem a vida bruscamente modificada após receber uma caixa com 7 fitas cassetes - a maioria das fitas contendo dois lados, totalizando assim 13 gravações -, e quando ele põe as fitas para tocar, a voz de Hannah Baker invade seus ouvidos. 

     Agora,porquê ouvir fitas feitas por uma garota é um  problema? 
 Hannah havia se suicidado apenas alguns dias antes, e essas fitas prometiam revelar o real motivo para ter feito isso, sendo que quem recebeu, teve algo a ver com sua morte! Clay era apaixonado pela garota, segredo esse que ela nunca ficou sabendo, portanto ele jurava não ter feito nada para ter alguma culpa em seu suicídio. Mas querendo ou não, Clay teve mais importância que muitos naquela fita.
"As regras são bem simples. São só duas. Número um: você escuta. Número dois: você repassa. Espero que nenhuma delas seja fácil para você." 



"Caso você se sinta tentado a romper as regras saiba que fiz uma segunda cópia das fitas. Essas cópias serão liberadas de uma maneira bem escandalosa se o pacote não passar por todos vocês.
Não tomei essa decisão no calor do momento. 
Não me menosprezem... mais uma vez."

  

Junto com as fitas vem um mapa, que foi colocado no armário de cada um dos envolvidos semanas antes, cada mapa contém doze estrelas. Doze lugares.
  

 Enquanto caminha pela cidade escutando Hannah, Clay acaba descobrindo coisas sobre algumas pessoas, que muda completamente sua falsa sensação de que os conhecia. Afinal, "Vocês não sabem o que se passa na vida de ninguém, a não ser na de vocês." .  E acima de tudo, ele descobre que apenas achava conhecer Hannah, mas ela escondia mais segredos do que todos poderiam imaginar.

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  Eu conheci a Hannah, e digo isso não apenas porque ouvi a versão dela, mas porque eu me conectei com  a personagem. Vivi seus medos. Sabe quando você conhece alguém e depois de minutos de conversa você percebe que são tão próximas, e não consegue explicar como aconteceu, só sabe que é?! Foi exatamente assim. Eu conheci a Hannah inteligente, engraçada, gentil, e conheci a Hannah triste, sombria, perdida. Eu vivi junto com ela, mesmo quando ela decidiu que não queria mais viver. Para ser sincera faz mais de um ano que eu li esse livro, e mesmo assim ainda tenho aquela dorzinha inquietante que ele me despertou por não tê-la salvado. Digo isso porque ela não é só uma personagem de um livro qualquer, ela é a garota da sua escola que você não conversa, é a sua vizinha que não é mais sua amiga, é você. Real demais, não é? Entendo se perder o interesse de ler esse livro, até porque não é só um livro. Então caso não desista, prepare-se, porque quando ler a ultima pagina vai sentir uma falta inexplicável de alguém que você nem mesmo tentou salvar.
"Sei lá, talvez algumas pessoas sejam simplesmente mais precondicionadas a pensar nisso do que outras. Porque toda vez que acontecia alguma coisa ruim, eu pensava nisso.
Nisso? Tudo bem, vou dizer a palavra. Eu pensava em suicídio." 
 O autor conseguiu aproximar o leitor cada vez mais, pois quando acaba uma fita, você tem a certeza de que a seguinte vai ser ainda pior.  E eu nunca vou me esquecer dessa história.

E no final ainda temos 13 perguntas e respostas do autor sobre seu livro, aonde podemos descobrir muito mais sobre sua intenção, criação e inspiração. O que é bem legal.

Os 13 Porquês deveria ser obrigatório à todo mundo, para assim quem sabe, as pessoas aprenderem a  tratar melhor o próximo, dando-lhe mais atenção e amor. 

"Eu queria contar tudo pra você. E isso machucava, porque algumas coisas eram assustadoras de mais. [...] Ou talvez fosse tarde demais.
Foi quando eu disse aquilo. Foi quando cochichei para ela: "Eu sinto muito". Porque eu me sentia, por dentro tão feliz e tão triste ao mesmo tempo.
Dava para você sentir o que estava se passando comigo, Clay? Você percebeu? Você deve ter percebido.

[...] E, sim, Clay... eu também sinto muito.


- Poxa, Bea. 

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