Resenha: Sempre foi você, de Carrie Elks | Bea Oliveira.

“Richard, nós tivemos um bebê. Londres, 31 de dezembro de 1999. Aos 17 anos, a britânica Hanna Vincent conhece o americano Richard Larsen: um estudante rico, encantador e sedutor que vai virar seu mundo de ponta-cabeça. Um relacionamento entre eles é improvável, já que vivem em mundos completamente diferentes. Mas aos poucos uma grande amizade vai surgindo e leva os dois a uma relação explosiva, cheia de paixão, amor e aventura. Emocionante e comovente, Sempre Foi Você é uma genuína história de amor. Você daria uma segunda chance ao amor da sua vida?”

Quando vi a capa de “Sempre foi você” fique encantada. Nunca tinha comprado nada da editora Universo dos Livros, mas só de olhar o exemplar tive de comprar.

  Logo de cara, somos levamos a 12 de Maio de 2012, e a uma revelação chocante: “Richard, nós tivemos um bebê." - e tirados de lá com a mesma velocidade. A partir dai somos apresentados a Hanna, uma adolescente de 17 anos, filha de um pai extremamente rico e ausente, que mora com a mãe - uma simples organizadora de festas -, em Londres. Hanna é completamente diferente de todas as garotas, tem um estilo rebelde, independente, que dificulta ainda mais sua relação com o pai.

Ao ajudar a mãe em uma das suas festas de ano novo, Hanna conhece Richard, um estudante inteligente, sarcástico e bem criado. Acostumado a ser sempre bem tratado, Richard logo se encanta com essa "garçonete" engraçada sem papas na língua. Hanna conhece também toda a família de Richard, incluindo Ruby, a irmã mais nova, engraçada, irônica e extremamente fofa.

"Ela não era uma garota de dez anos típica, que adorava cor-de-rosa e fazer compras. Era uma garota peculiar e engraçada, lia livros como se não houvesse amanhã, e amava desenhar tudo o que visse pela frente.", sobre Ruby. Hanna logo se apega a garota, e consegue conquistá-la, levando assim a mãe de Ruby a convidá-la para ser babá da garota em algumas ocasiões.

Enquanto cuida de Ruby, Hanna passa a conviver cada vez mais com Richard e passa a se encantar ainda mais pela personalidade do rapaz, e o tempo que eles passam juntos é suficiente para estabelecer uma relação forte de amizade.

Em meio aos acontecimentos da historia vamos acompanhando cada passo importante da vida de Hanna e Richard: formatura, emprego, namorados, casamentos... E junto com os personagem vamos nos envolvendo nesse relacionamento, e nos apaixonando junto com eles, torcendo o tempo todo para que fique juntos logo, se beijem, namorem, casem e tenham 10 filhos.  A autora consegue nos causar diversas sensações, e em dado momento nossos sentimentos se ligam ao dos personagens.

O livro é narrado em terceira pessoa, e com uma enorme riqueza de detalhes. Contado em datas específicas ele te enlouquece começando o próximo capitulo depois de meses, ou até anos do capitulo anterior, deixando sempre aquela curiosidade, com essa forma de narrar temos os acontecimentos através de memórias dos personagens. Por mais encantadora que se torna a narrativa gostaria de ter lido mais partes da história, e sinto que estas foram deixadas de lado quando poderiam ter sido descritas.

“Ele aproximou-se até que seus corpos estivessem a centímetros de distância, e ela sentiu-se tensa com a proximidade. Um passinho para frente e os peitos se tocariam. Tudo que ela tinha que fazer era inclinar a cabeça e deixar que ele abaixasse a dele, até que seus lábios se encontrassem num beijo explosivo.
E ela tinha certeza que seria incrível. Pelo modo como estavam sem fôlego, eles estavam a segundos de se renderem à tentação.
– Por que não? – a voz dele era tensa, e ela o viu fechar as mãos em punhos, como se estivesse tentando se impedir de tocá-la.
Hanna hesitou. A resposta estava dançando nos seus lábios, brincando na sua língua, mas dizê-la seria revelar exatamente como ela se sentia sobre ele. Ela se viu se inclinando para ele e, embora ambos estivessem vestidos, sentiu-se completamente exposta. Os olhos dele buscaram os dela, e Hanna sentiu a necessidade de ser honesta, de se jogar na frente dele e admitir o que fizera.
– Porque sempre foi você.”

Ao ler essa parte da história me senti frustrada em passar a página, pois percebi que lá se fora dois anos da vida deles, e com certeza foi isso o que me conquistou, a autora me conectou tanto com a história que eu passei a vivê-la no mesmo tempo que os personagens, mudando junto com eles. Amei a rocha que era o Richard, que nunca me decepcionou, e amei a Hanna mesmo quando os obstáculos da vida tornou-a uma pessoa insegura e confusa – tomando muitas vezes decisões precipitadas que me magoaram muito, assim como a demais personagens. Tenho a sensação de que a primeira parte do livro foi muito bem desenvolvida e engraçada, e no final, senti que a história terminou como devia terminar – a historia deles teve finalmente um fim, sem mais dramas e choros.

“Sempre foi você” é um romance clichê, sim, mas recheado de momentos que nos levam a pensar sobre o que estamos fazendo da nossa vida e para onde nossas ações estão nos levando.  Super recomendo esse romance, tenho certeza que você vai se apaixonar assim como eu.

- Poxa, Bea.